ANÁLISE: BRASIL 4 X 1 CORÉIA DO SUL
Futebol Interativo
Carregando...

08-12-22 |

ANÁLISE: BRASIL 4 X 1 CORÉIA DO SUL

Compartilhe img

ANÁLISE: BRASIL 4 X 1 CORÉIA DO SUL


A seleção brasileira entrou em campo pelas oitavas de finais da Copa do Mundo. A adversária era a surpreendente Coréia, que se classificou ao lado de Portugal em um grupo no qual a tradicional seleção uruguaia ficou pelo caminho. Mas, a tensão que estava no ar perante ao que o Brasil poderia enfrentar foi embora logo aos 7 minutos de jogo, quando Vinicius Jr. abriu o placar. Aos 13, a seleção vencia por 2x0. Foi para o intervalo vencendo por 4x0 (gols de Richarlison e Paquetá), sem maiores sustos.

Entretanto, vale sempre frisar que desempenho e resultado são coisas diferentes. Dessa vez, andaram juntos, visto que o Brasil transformou seu bom desempenho em um placar elástico. Contudo, assim como quando perdeu para Camarões não estava tudo errado, engana-se quem acha que após a goleada diante da Coréia esteja tudo certo. A seleção brasileira ainda apresenta vulnerabilidades que podem ser exploradas diante de adversários mais fortes, e é sobre isso que vamos falar.

Sem a bola, o que se viu foi a volta do tradicional 4-4-2 na forma como o brasil marca e sobe pressão. E é justamente aqui que se encontra o primeiro problema da seleção brasileira: Neymar não é o jogador mais dedicado para fazer pressão no portador da bola (logo se imagina que ele permaneça mais baixado próximo ao volante adversário, mas também não é o que acontece), assim como não baixa para proteger as costas, ou seja, não oferece uma coisa nem outra. Imaginemos um cenário no qual o adversário possua um jogo que passe muito pelo primeiro volante; essa bola entraria diversas vezes por ali, o que pode se tornar uma adversidade. Outro ponto a ser destacado é sobre Lucas Paquetá: o atleta tem certa dificuldade em correr para trás, mas o que isso significa?

Tente imaginar um cenário no qual Paquetá salte para fazer pressão no jogador coreano. Quando esse jogador encontra o espaço que sobrou nas costas de Lucas, o mesmo cobre tal espaço com dificuldade e de maneira descoordenada: hora volta sem velocidade, hora opta por correr para outra direção. Sendo assim, o Brasil apresenta espaços nas costas de seus jogadores que podem ser aproveitados com mais frequência; sorte a nossa que a Coréia não aproveitou.

É bem verdade que falamos das falhas, mas temos que ressaltar o que foi bom. Mais uma vez, a dupla Marquinhos e Thiago silva foi quase perfeita, ganhando os duelos, antecipando e até construindo. Danilo é mais um que impressiona pela capacidade defensiva, controlando bem a profundidade e suas costas nos cruzamentos vindos do lado oposto. Destaque especial para Richarlison: o jogador foi incansável na pressão, perturbando a linha defensiva adversária por todo o jogo, conseguindo 2 situações de gols para a seleção (no lance do pênalti, a jogada se origina da pressão de Richarlison que antecipa a bola e é tocado; no terceiro gol, Richarlison briga pela bola, faz a tabela e finaliza para marcar).

Por outro giro, analisando o Brasil com a bola, houve algumas variações que agregaram valor positivo no modelo de jogo da seleção brasileira. O time pesou mais a área, o que pode ser observado no primeiro gol quando a bola sobra para Vinicius Jr (o Brasil tinha 4 jogadores dentro da área) e também no quarto gol brasileiro, quando o médio (Paquetá) aparece dentro da área para finalizar.

Outro aspecto fundamental foi o 1x1 de Raphinha, bastante explorado no jogo e no qual o brasileiro levou vantagem diversas vezes perante a marcação. Nota-se também as inúmeras transições ofensivas por parte do Brasil, quase sempre puxadas por Neymar, que se desgarrava da marcação e aparecia livre para receber essa primeira bola, progredindo e distribuindo. No segundo tempo, a Coreia colocou um jogador colado em Neymar, obrigando a seleção a transitar de outra maneira, fato que complicou o jogo brasileiro; talvez por isso o segundo tempo da seleção tenha sido menos contundente e incisivo, visto que conseguiram “anular” a principal válvula de escape brasileira no jogo até então.

Embora a seleção tenha feito sua melhor exibição e conseguido seu melhor resultado, nem tudo são flores. O destaque negativo da partida ficou por conta da entrada do zagueiro Bremer, improvisado na lateral esquerda. É visível que o jogador encontra enormes dificuldades para ajudar na construção e apoio, além de cometer alguns erros defensivos. Definitivamente, ficou evidente que não podemos contar com esse atleta por ali. Importante ressaltar que não se trata de uma incapacidade do atleta em si, mas sim pelo fato de estar jogando fora da sua posição de origem, visto que suas características não fazem dele um jogador que possa ser improvisado como lateral.

Diante de tudo que foi abordado, a notícia boa é que temos mais fatores positivos do que negativos em nosso jogo. Ao lado de França e Espanha, a seleção brasileira foi que a mais mostrou repertório e poderio ofensivo. O importante era a classificação, e ela veio de forma incontestável. Que venha a Croácia!

COMENTÁRIOS

COLUNISTA FI

Naim Abdala Ver mais desse colunista

Tamara Baracho

Arrasou

10/06

Nicolau Neto

Ótima análise,texto bem explicativo

10/06

Quero ser um colunista FI