Xô, vira-latismo! Brasil e Argentina são favoritos na Copa do Mundo, sim

Olá, camaradas. Todos bem? Nesta semana quero inaugurar o clima de Copa do Mundo neste espaço maravilhoso que é o Futebol Interativo. 

Na última semana, Brasil goleou a Coreia do Sul por 5 a 1. E a Argentina bateu a Itália, também de goleada, por 3 a 0, na Finalíssima. A pouco mais de cinco meses para o início da Copa do Mundo podemos falar tranquilamente que os rivais sul-americanos são favoritos para o Mundial.

É preciso deixar um pouco de lado o famigerado “complexo de vira-latas” que cerca o futebol brasileiro e latino-americano. “Ah, não jogamos com os europeus”, “ah, não temos uma geração como a de tal ano”, “ah, nossos treinadores são atrasados”, são algumas das frases que ouvimos ao analisar a Seleção Brasileira. 

Não vou dizer que cada uma delas é mentirosa. Mas, verdadeiras também não são. A falta de jogos contra seleções europeias faz diferença sim. Mas não suficiente para determinar um título mundial. Nossos jogadores atuam na Europa. Em diversas ligas. Conhecem os adversários e a forma como cada um joga. Aliás, com a revolução tecnológica, dá para qualquer pessoa saber como qualquer Seleção joga. Óbvio que a prática nos ajuda a melhorar, porém não creio que seja o fator que nos fará perder o Mundial. 

A questão geracional é outra falácia. É óbvio que não vamos ter sempre gerações como as das décadas de 1970, 1980 e início dos 2000. No entanto, temos excelentes jogadores. Atletas que entendem do jogo, atuam em grandes equipes e que desejam a conquista da Copa do Mundo. Que país do mundo tem o luxo de ter Vinícius Júnior e Philippe Coutinho como reservas? Temos uma gama grande de meias e atacantes que são habilidosos e podem nos conduzir ao hexa. 

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E, vem cá? Qual outro país consegue fazer uma transição geracional perfeita? Se analisarmos bem, a Espanha foi campeã mundial com a melhor geração da história. Depois disso, patinou. O mesmo pode-se dizer da Itália. Venceu 2006, caiu na primeira fase em 2010 e 2014 e não se classificou em 18 e 22. A Alemanha ganhou em 2014 e nem da primeira fase passou em 18. A própria França, campeã de 2018, pode fracassar em 2022. Ou seja, a cobrança feita no Brasil é totalmente fora da realidade vista no futebol mundial. 

E, por fim, a questão do treinador. Tite é um excelente nome, apesar de eventuais críticas que possamos ter ao seu trabalho e metodologia. É um nome que pode sim assumir times europeus. Agora, te pergunto, qual Seleção tem um treinador de primeira prateleira? Os melhores treinadores do mundo, normalmente, não treinam seleções. 

Há alguns motivos para isso. Destaco dois: a questão salarial e a forma de trabalho. Seleções pagam menos que os grandes clubes do mundo. E a forma de trabalhar e conduzir treinos é diferente. Seleções se reúnem esporadicamente ao longo do ano e treinam em um período curto. Introduzir um modelo de jogo é muito difícil. Sinceramente, não vejo Tite atrás de outros treinadores de seleção. 

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Isso quer dizer que o Brasil vai ganhar a Copa? Não! Até porque a Seleção enfrentará outros 31 adversários que também querem vencer. Pode acontecer de, na véspera do torneio, alguns nomes se lesionarem. Ou até mesmo começarem a próxima temporada em má fase física e técnica, o que compromete no conjunto da Seleção. Ou podemos encarar uma grande Seleção que será superior a nós, dentro de campo, e nos derrotar. Todos esses pontos fazem parte do futebol. E podem acontecer com o Brasil, Argentina, Inglaterra, França, ou qualquer outro país. 

O que devemos deixar de lato é o complexo de vira-latas de achar que o nosso é pior que os outros. Posso te garantir que muitos torcedores de outras seleções querem ter os mesmos talentos que temos. Com a configuração atual, entramos forte, assim como a Argentina, para a conquista do Mundial.