25/08/22 | Leitura 2min
Quando falamos em categorias de base dentro do futebol, é natural que o pensamento seja direcionado à formação do atleta em termos físicos, técnicos e táticos. Automaticamente, pensamos na formação de jogadores que possam contribuir dentro de campo e fora dele – especialmente no lado financeiro.
É claro que esses fatores são fundamentais. Mas existem outros quesitos no processo de formação do atleta que precisam ser trabalhados dentro das categorias de base – até porque falamos não somente na formação de jogadores, mas de profissionais e, especialmente, de seres humanos. Um destes fatores é a comunicação.
Nesse contexto, um trabalho de assessoria de imprensa implementado desde as categorias mais jovens, como sub-13 ou sub-15, pode fazer total diferença na formação do atleta. Acompanhar o desenvolvimento quando o assunto é comunicação pode fazer uma grande diferença na sequência da carreira dos jovens jogadores. Especialmente com o avanço e presença cada vez mais constante das redes sociais na nossa rotina e nos processos dos clubes de futebol.
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Na mesma proporção, cresce a visibilidade para as equipes – e atletas – das categorias de base, especialmente dos clubes de ponta no cenário nacional (e quando falamos em clubes de ponta no Brasil, consideramos os 40 times que compõem as séries A e B). As competições já contam com transmissões em rede nacional, muitas vezes em TV aberta. Sem falar nos inúmeros sites, blogs e páginas nas redes sociais destinadas exclusivamente ao acompanhamento das divisões de base.
E é aí que ligamos o alerta – e respondemos à pergunta do título desse texto. São poucos os clubes brasileiros que realizam um trabalho de comunicação e assessoria de imprensa nas categorias de base. Muitos deles sequer comunicam os resultados das partidas.
Em uma realidade em que as redes sociais dominam a rotina no futebol e as categorias de base vivem grande exposição, trabalhar esse contato midiático com os atletas em formação se torna fundamental. Primeiramente, porque os atletas em formação já são ativos do clube – especialmente das categorias mais próximas ao profissional, como sub-20 e sub-17 – e precisam trabalhar bem a imagem pública para não trazer prejuízos ao clube e à própria carreira.
Além disso, o atleta necessita saber se comunicar. Precisa construir não só uma imagem positiva perante os torcedores e à opinião pública. É fundamental que ele se habitue com a presença de jornalistas no dia a dia do clube e construa também um bom relacionamento com a imprensa – são fatores fundamentais para a gestão de crise, que são inevitáveis no futebol. O atleta em formação precisa treinar não apenas fundamentos técnicos e táticos, mas também como se portar em uma entrevista. Precisa entender como funciona a imprensa esportiva local e nacional e como evitar que a convivência com repórteres e setoristas se torne um peso no dia a dia.
Outro fator primordial: o comportamento nas redes sociais. Os jovens precisam de orientação profissional para fazer das contas em Instagram, Twitter e etc sejam algo positivo na carreira, e não a brecha para crises. Poderíamos citar dezenas de exemplos de atletas – inclusive profissionais – que tiveram as carreiras manchadas e até mesmo finalizadas de forma precoce por conta de um mal comportamento nas redes sociais.
Nesse sentido, é necessário ter cuidado não apenas com as contas pessoais. É importante frisar que a produção e distribuição de notícias deixou de ser uma exclusividade dos jornalistas – qualquer pessoa com um celular pode produzir e publicar conteúdo, que pode se tornar viral em questão de segundos. E um atleta, ainda que em processo de formação, representa o clube mesmo fora dos horários de jogos ou treinos. Por isso, evitar comportamentos inadequados em sociedade – nos passeios com família e amigos, por exemplo – também deve ser um ponto trabalhado nesses jovens atletas.
Para finalizar, ressaltamos, mais uma vez, que o trabalho de comunicação e assessoria de imprensa deve ser aperfeiçoado e executado de forma contínua nos clubes desde as categorias de formação, para que esses atletas se desenvolvam dentro e fora de campo. Que eles sejam motivo de alegria não apenas pelos resultados técnicos e financeiros que possa proporcionar, mas também pelo ganho de imagem que ele representa à instituição.