27/09/22 | Leitura 3min
Nunca uma preparação para cuidar da imagem e da comunicação se fez tão necessária aos atletas quanto como nos dias de hoje, principalmente como o avanço e domínio das redes sociais e da tecnologia. Um dos fatores para isso é que a distribuição da informação e produção e notícias deixou de ser uma exclusividade da imprensa – atualmente, qualquer pessoa com um celular pode produzir uma informação e fazê-la se tornar de conhecimento público em questão de segundos. O alcance dessa informação é praticamente imensurável, e esse fator se torna um prato cheio para o surgimento de uma crise.
Em mundo cada vez mais digital e com as redes sociais cada vez mais inseridas na rotina e na administração dos clubes – seja por meio dos perfis oficiais das próprias entidades, dos atletas, da imprensa e dos torcedores – é imprescindível que os atletas treinem, com o mesmo empenho e foco com que realizam as atividades físicas, técnicas e táticas, o relacionamento com as mídias e com a imprensa de forma geral, priorizando a construção de uma imagem positiva e nutrindo, desde os primeiros passos, o bom relacionamento com jornalistas e o bom comportamento e desempenho nas entrevistas.
As redes sociais são, hoje, uma das maiores, se não a maior janela comunicacional do esporte. Canhões como o instagram e o twitter são capazes de fazer clubes e atletas ganharem um grande engajamento e visibilidade de forma quase que instantânea – visibilidade que pode, inclusive, gerar grandes lucros financeiros. Por outro lado, as redes sociais podem causar uma grande dor de cabeça se o atleta não tiver um comportamento adequado.
Nesse cenário, há três atitudes que todo atleta, e até mesmo todo profissional envolvido com o esporte, deve evitar. Elas podem até parecer óbvias, mas, acreditem, há inúmeros casos de jogadores que se envolveram em grandes confusões por conta de um post ou story feito em hora errada, de maneira inapropriada ou, até mesmo, tirados de contexto. Vamos ver?
1 – Menção a outros clubes
Algo comum em cartilhas de boas práticas em redes sociais nos clubes de futebol, mas que muitas vezes é ignorado pelo jogador: não é nada positivo um atleta aparecer com camisa ou qualquer outro material que mencione um outro clube.
Principalmente perante à torcida, isso não pega nada bem. Mesmo que o clube seja do exterior. Isso pode ser interpretado como desrespeito à instituição que você defende!
Ainda sobre outros clubes: é melhor evitar qualquer elogio, crítica ou provocação a outros times ou atletas de outros times – mesmo que em tom de brincadeira ou provocação. Isso não gera ganho algum de imagem e costuma repercutir de forma muito negativa.
2 – Discussão com imprensa ou torcedores
Tem acontecido com frequência nos últimos anos. Muitos atletas acabam por responder a críticas – e muitas vezes, ofensas – nas redes sociais e, geralmente, independente do contexto ou do conteúdo, saem com a imagem arranhada.
Discussões com jornalistas após publicações e opiniões negativas também se tornaram comuns e, mais uma vez, a imagem que sai prejudicada na discussão é a do atleta. Em casos como esse, o jogador precisa ter em mente que ele defende uma instituição e que são figuras públicas, logo o desempenho está sujeito a críticas – mesmo que elas sejam injustas ou feitas sem qualquer base de argumento.
Caso a crítica seja ofensiva e o atleta se sinta prejudicado e julgue ser necessário uma resposta, o ideal é procurar os assessores de imprensa (do clube e o pessoal). Eles, atuando deforma conjunta, saberão conduzir a situação de forma que a torne menos prejudicial.
3 – Publicações com bebidas alcóolicas, cigarros e outras drogas
O terceiro item da nossa lista é, talvez, o que mais gera crises de imagem para atletas. As famosas publicações da vida privada do jogador que costumam repercutir muito e, quase sempre, deforma negativa. Além disso, é um prato cheio para conteúdos virais e os “memes”, que quase sempre incomodam o jogador, apesar de divertir, de certa forma, os torcedores.
Os conteúdos que mais costumam ter repercussão negativa são aqueles em que os atletas estão consumindo bebidas alcóolicas – geralmente em festas, baladas, bares etc. Coincidência ou não, essas publicações quase sempre acontecem em momento de baixo desempenho individual ou coletivo, o que, por si só, amplifica a crise.
Neste contexto, reforçamos, mais uma vez, o que já falamos neste texto e em outros conteúdos deste blog: o atleta é uma figura pública e, como tal, tudo o que ele faz, compartilha e interage, repercute. Cabe a ele a decisão de gerar repercussão positiva e utilizar o alcance das redes sociais para o bem ou para o mal.
São apenas três das inúmeras atitudes que os atletas devem evitar caso não queira problemas com as redes sociais e seus seguidores. Mas são três das mais comuns – poderíamos citar inúmeros exemplos de cada uma delas.
Isso tudo deve ser abordado no media training e no dia a dia da assessoria de imprensa – seja pessoal ou do clube. São itens básicos, que devem fazer parte da gama de habilidades do jogador. Da mesma forma que ele precisa dominar fundamentos técnicos, táticos e físicos, saber controlar a imagem também é essencial.